Falta de Independência está por Trás da Crise de Saúde Mental em Crianças: Um Chamado à Ação para Pais e Sociedade
Por João Paulo Machado
Nos últimos anos, uma preocupação crescente tem tomado conta de pais, educadores e profissionais da saúde em diversos países: a saúde mental das crianças e adolescentes. Ansiedade, depressão e até mesmo suicídio têm se tornado cada vez mais comuns entre os jovens, levantando alarmes e exigindo ações urgentes. Mas o que está por trás dessa preocupante tendência?
Em meio a debates e conjecturas, uma voz se destaca: a do psicólogo americano Peter Gray, cujo estudo sobre o tema lança luz sobre uma possível causa subjacente à atual “epidemia de psicopatologia” infantil. Segundo Gray, a redução gradual da independência das crianças ao longo das últimas décadas pode ser um fator crucial nesse cenário preocupante.
Em seu artigo na revista médica Journal of Pediatrics, Gray e seus colegas destacam a importância das atividades independentes na promoção do bem-estar mental das crianças. Desde brincadeiras descompromissadas até responsabilidades leves, como entregar jornais ou cuidar dos vizinhos, essas experiências não apenas trazem felicidade imediata às crianças, mas também desenvolvem resiliência e habilidades essenciais para lidar com os desafios da vida.
No entanto, à medida que os anos passam, observa-se uma tendência preocupante: a supervisão constante e o controle direto dos adultos têm limitado cada vez mais as oportunidades das crianças de explorarem o mundo de forma independente. Seja por medo dos perigos percebidos das ruas ou pela ênfase excessiva no desempenho acadêmico, as crianças são cada vez mais privadas da liberdade de se aventurarem e descobrirem por si mesmas.
Mas por que essa mudança? Gray aponta diversos fatores, desde a ascensão da televisão nos anos 1950 até o medo crescente de crimes como sequestros, que levou à superproteção das crianças. O resultado é uma geração menos independente, menos capaz de resolver problemas e mais propensa a ansiedade e depressão.
Entretanto, a solução não é simplesmente liberar as crianças para a rua, como ressalta Gray. É necessário um esforço coletivo da sociedade para reverter essa tendência e permitir que as crianças recuperem sua autonomia de maneira segura e gradual. Programas como os promovidos pela organização Let Grow, que incentivam a brincadeira livre e independente, mostram que é possível encontrar um equilíbrio entre segurança e liberdade.
Para os pais, isso significa repensar suas prioridades e permitir que seus filhos tenham experiências que promovam independência e autoconfiança. Desde pequenas responsabilidades domésticas até brincadeiras ao ar livre, é fundamental que as crianças tenham espaço para explorar e aprender por conta própria.
Em última análise, a crise de saúde mental entre crianças e adolescentes não é apenas uma questão individual, mas um reflexo de uma sociedade que prioriza a segurança em detrimento da independência. Somente através de uma mudança de mentalidade e ações concretas podemos garantir um futuro mais saudável e resiliente para as gerações futuras.
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João é Coordenador de atividades sociais e palestrante desde 2018, acadêmico de Psicologia vem desenvolvendo as atividades com os adolescentes de forma criativa e orgânica, criando assim indivíduos mais engajados e motivados a cooperar por um ambiente educacional mais focado e fortificado.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cl59ydl0415o